pintura
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"objeto" 09/02/2017,5af. 09:34h.
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Fonte da Saudade sossegada. Um antigo Outro
objeto é o que nos chama a atenção.
ponto. uma janela é um objeto; a moça que aparece nela apaga a janela; não há mais objeto.
daí; o cara que estava na calçada e ve que a moça não da bola e cai em si; nada de objeto.
vai na carrocinha e compra um sorvete para se consolar; não acha carrocinha mais; não há objeto.
se grita um palavrão é objeto de protesto. muito bem; a moça entra para a penumbra e pega uma caixinha
que fica na mesa perto do espelho [o espelho não é objeto pois se ausenta na medida em que reflete; por
mais rococó seja a moldura, raramente a moça a nota; muito menos ao espelho]. A moça não é tão moça e
passa o produto contido na caixinha na bochecha e olha o ausente pensante seus olhas lacrimejam e ela
passa do produto na testa; dalí, passa no queicho e passa no gogó e passa no lombo do nariz. Ela é professora
da Escola Primária Dr. Roleiburn Constantino Queirozque fica perto da ponte perto de sua casa. Ajeita o cabelo e
se levanta pois estava sentada numa antiga banqueta de antiquário, do tempo em que ela namorou um arquiteto e
foi com ele visitar o lado velho da cidade; para um cliente dele, gostando muito daquela mesa que já vinha com espelho e
banqueta e gavetas maiores e menores e se chamava: penteadeira; o dono do antiquário pos-se a discutir; gentilmente com o
ex namorado dela se era penteadeira comumente ou mais precisamente; toucador Art Deco; Na verdade seria Art Nuveau e enquanto
os dois brigavam, ela foi se enfiando velharias a dentro e deu de cara com um marceneiro raspando um monstro de armário no
fundo da loja; ela já estava tão no fundo que tinha varado a parte do velho sobrado e estava na parte do outro sobrado que
dava para a outra rua. O marceneiro pediu desculpa pois estava de calção rasgado e dentro do armário quando foi raspar aquela dobrinha de fora do batente
que é abaulada.
Enfim; para não perder o objetivo da confusão, ela chorava pois a penteadeira velha saiu barato mas ela perdeu o namorado e o marceneiro era gostoso mas
já era caso de outra.
E assim, sem eira nem beira caminha a humanidade.