pintura
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"calvin" 28/11/2016,2af. 09:18h.
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Fonte da Saudade sossegada. Um antigo Outro
Rio de Janeiro,28/11/2016; 2af. 09:20h.
o calvim era um bezourrinho que ligava alho com bugalho; a bicharada toda corria atraz de alho e
cacava bugalho. Viviam felizes até que os alhos não deram pra tanta gente.
Calvim começou a ver que vivia-se entre bugalhos. tudo cheirava a bugalho, bugalho era a real.
Ai, como tinha bugalho! Nem se via alho. Moças morriam embugalhadas; maridos honestos corriam
com força, empurrando bugalhos e vendo um alho ao lonje. Esposas desnutridas esperavam com panelas e
crianças brincavam de atirar bugalhos umas nas outras.Rapazes que se salvavam do embugalhamento não
sabiam oque fazer e muitas vezes abraçavam moças sobreviventes e se embolavam em bugalhos. Os velhinhos,
que viveram melhores tempos, tinham um cheiro de alho e isso fazia com que fossem amados. Foi aí que calvim
pensou: _ Se o cheiro do alho faz amor, sua imagem e semelhança também._ Calvim produziu um primeiro modelo de alho
a partir de bugalho. Levantou-o acima da superfície embugalhada e foi num átimo que do lodo surgiram mãos que conseguiram
carregar o simulacro para o fundo. às mãos que sobram sem nada êle ensinou a fazer imagens de alho. Bugalho havia em
profusão; o alho, atolado em bugalho, mirrara; e toda força da bezourada passou a fazer nimagens de bugalho. Mãos emergiam
do mar de bugalho e mergulhavam felicíssimas com os simulacros de alho.
Com o tempo o brejo passou a produzir bolhas de amor em volta dos simulacros e muitas vezes, bolhas inteiras ou parte delas
subiam à superfície fornecendo milhares de mãozinhas trabalhadeiras a fazer simulacrinhos de simulacrinhos.
Calvim morreu; trepado numa bolha; os velhinhos morreram; em suas cada vez menores bolhas e a bezourrada esqueceu-se do cheiro do alho.
Com o tempo os simulacros foram se deformando e aquela vida passou a constituir um imenso banco de corais